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Elivânia  Felícia Braz: “A mulher vem sofrendo com a violência, seja no ambiente social ou laboral” 

 

Publicado em: 11/03/2021 15:05

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Mulher e Pandemia

Elivânia  Felícia Braz: “A mulher vem sofrendo com a violência, seja no ambiente social ou laboral”


Elivânia Felícia Braz, é mãe, advogada há 23 anos, sócia fundadora e atual presidente da Associação Mulheres em Ação de João Monlevade (AMA) - entidade que busca a efetivação dos direitos para as mulheres e trabalha pelas causas femininas, voltadas à capacitação e empoderamento da mulher monlevadense. Elivânia também está à frente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)  75ª Subseção de João Monlevade.

 
Segundo Elivânia, as denúncias de violência doméstica aumentaram de forma significativa durante a pandemia do coronavírus no ano de 2020. Cresceram também o número de feminicídios. O confinamento de famílias, a dificuldade em se fazer as queixas às autoridades policiais e, consequentemente, a interferência externa nas situações de violência estão entre as causas desse aumento.

Crimes
A advogada explica que dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, revelam que, no ano passado, os números de violência contra a mulher foram especialmente altos em abril, o primeiro mês vivido inteiramente sob isolamento social no Brasil desde o início da crise. Além disso, dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) apontaram um aumento de 37,6% nas denúncias feitas ao Ligue 180 em comparação com abril de 2019. Na comparação entre os quatro primeiros meses de 2019 e os de 2020, houve um aumento de 14,1% no número de denúncias.


Basta!
Como advogada e presidente da AMA, Elivânia revela que em  maio de 2020, exatamente em razão das várias notícias do aumento dos casos de violência doméstica provocados pela imposição do isolamento social, ela ajudou a formatar e a criar o BASTA!, “Ele é um braço da AMA, sendo um coletivo, que reúne psicólogas e advogadas voluntárias para acolher e orientar a mulher vítima de violência doméstica principalmente no período de isolamento social em João Monlevade. Desde então, já fizemos mais de 20 atendimentos, orientando as mulheres quanto aos seus direitos e encaminhando-as para o acolhimento psicológico”, explica.
Segundo a advogada, “O BASTA!” continua com as campanhas virtuais e a fazer os atendimentos, figurando como mais um canal de acesso para a mulher vítima de violência.

Assédio  
Para a advogada,  por causa da cultura patriarcal e machista, a mulher vem sofrendo, desde sempre, tipos variados de violência, não somente a violência física, que também vem crescendo assustadoramente, mas também as violências moral, psicológica, seja no ambiente social, seja no ambiente de trabalho.  “Em razão da construção cultural da nossa sociedade, a mulher sempre foi relegada a um plano secundário, exercendo tarefas de pouca importância na sociedade e/ou exclusivamente domésticas”. Elivânia, destaca dois tipos muito comuns de violência que são o assédio sexual e o assédio moral.


Assédio Sexual: O assédio sexual é caracterizado principalmente pelo constrangimento, na frente ou não de outras pessoas, pela troca de favores através do ato sexual. O objetivo do assédio sexual é constranger alguém com o objetivo de obter vantagem ou favorecimentos sexuais, utilizando-se o assediador de sua condição de superior hierárquico no exercício de emprego, cargo ou função.

Assédio  moral: O assédio moral consiste na prática de violência psicológica, constrangimento ou humilhação, que se manifesta por palavras, gestos, atos ou escritos que possam trazer danos á personalidade, á intimidade, dignidade ou à integridade física ou psíquica da pessoa, colocando em risco seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho.

 

Violência de Gênero: Também é importante destacar a violência de gênero sofrida no que tange à colocação da mulher no mercado de trabalho. “No mercado de trabalho, é  onde normalmente exercem cargos de menor relevância e consequentemente com salários menores, ou, quando em cargos de relevância, também lhe são destinados salários inferiores, simplesmente pelo fato de serem mulheres”, pontua.

Onde buscar ajuda
Em caso de violência, a mulher deve ligar para o 190 solicitando o comparecimento da Polícia Militar imediatamente no local e em caso de denúncia, a mulher ou qualquer pessoa pode ligar para o 180. A mulher vítima de violência também pode procurar a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: Rua Bernardino Brandão, n° 180, Bairro Rosário, Telefone: (31) 3852-1166.

Projeto Basta! contato por e-mail [email protected]
 Telefone/Whatsapp: (31) 985523896, além do instagram e @apoioamulherjm e @amajoaomonlevade.